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sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Embodeiro


O Embondeiro é considerado uma árvore sagrada, inspirando poesias, ritos e lendas. Segundo uma antiga lenda africana, por exemplo, uma vez que um morto seja sepultado dentro de um embondeiro, a sua alma irá viver enquanto a planta existir. Também se diz que a alma dos mortos se pendura nos seus ramos.


Curiosamente, essa árvore tem uma vida muito longa, podendo chegar até seis mil anos. Só a sequóia e o cedro japonês podem competir com a longevidade do embondeiro. Cabe salientar que esta planta foi amplamente divulgada no século XX, através da obra O Pequeno Príncipe, do escritor francês Antoine de Saint-Éxupery. O seu nome científico é Adansonia Digitata, mas é também conhecida como Baobá Africano.


O embondeiro possui um tronco muito espesso na base, chegando a atingir até nove metros de diâmetro. O seu tronco vai-se estreitando em forma de cone e apresenta grandes protuberâncias. As folhas brotam entre os meses de Julho e Janeiro. Em geral, o imbondeiro floresce durante uma única noite, apenas, no período de Maio a Agosto. Durante as poucas horas da abertura das flores, os consumidores de néctares nocturnos – particularmente os morcegos -, procuram assegurar a polinização da planta.Tudo no embondeiro serve para a sobrevivência do ser humano. Vale ressaltar que esta árvore também se constitui em uma fonte preciosa de medicamentos. As suas folhas são ricas em cálcio, ferro, proteínas e lípidos, para além de serem usadas como um poderoso anti-diarreico e para combater febres e inflamações. Um pó feito de folhas secas vem sendo utilizado para combater a anemia, o raquitismo, a disenteria, o reumatismo, a asma, e é usado, ainda, como um tónico.


O seu fruto é denominado Múcua. A casca do fruto, é utilizada pelas pessoas como tigelas. A polpa e a fibra de seus frutos são capazes de combater a diarreia, a disenteria e o sarampo. O cerne da fruta combate a febre e inflamações no tubo digestivo; as sementes estão repletas de óleo vegetal, podendo ser assadas, moídas e consumidas como uma bebida que pode substituir o café.
Derrubar um embondeiro é um sacrilégio em Angola. No que diz respeito à construção e carpintaria, ele só é utilizado quando não há um outro material mais adequado. A sua madeira serve para a construção de instrumentos musicais e o seu cerne rende uma fibra forte usada no fabrico de cordas e linhas.



Vejo-te solitário e fulgido
Em fundo vermelho de sol poente
Como monumento p´la natureza erigido
Sobre a planície agreste e inclemente;

Como se benfazeja chuva mendigasses
Teus secos braços nus aos céus lanças
E como se a árida paisagem afagasses
Pelo espaço te estendes e avanças;

Caem-te, como lágrimas, frutos tão pesados
A saciar o faminto e sedento caminheiro
Que, de pés descalços, gretados e cansados,
Te reverencia e te atribuiu dons de curandeiro;

Tens bravia beleza e mistérios de feiticeiro
Habitas o meu chão, a minha história por contar,
Sempre estiveste no meu caminho, Embondeiro,
Quisera eu nunca de ti me separar.


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Embodeiro

Ali, só, fantasma insaciado,
eremita de pélagos distantes
ei-lo, gigante a procriar gigantes,
ei-lo apóstolo e dragão
das noites tenebrosas, agoirentes,
das noites pardacentas do sertão.
ali os vejo e... oh sensações estranhas,
secretas emoções,
fazem-me crer pedaços de montanhas
deixando interjeições!
Olimpico titã de ousadas fantasias,
vagabundo faminto, sobrio, só,
erguendo os braços rudes e mirrados
em caminhos de pó,
lembram-me mais o grito de aflição
desta África adiada:
a fome a caminhar pelo sertão,
a trágica visão à beira-estrada!


Autor: Eduardo Brazão-Filho

Nafees Ahmed - Take Five -

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Bailando No Vento e No Cosmo


Eu sou essa música
que ouves em surdina
nas máquinas do tempo.
Eu sou esse perfume
finado, mas vivo
que o vento trouxe
para reavivar a tua memória...

Sou a beleza sonhada
da nossa história
que não foi vivenciada
pelos nossos sentidos.
Eu sou essa alma sozinha
que baila no vento
à espera de abraços...

Sou música em surdina
sou perfume e beleza no espaço,
sou o teu sonho mais lindo de outrora
que agora te chama
em forma de rima...
Vem comigo, o sonho recordar
e se a música te anima
o vento te ensina:
- aprende a amar!


Zoraida H.Guimarães

Emílio Pericoli - Al Di La -

terça-feira, 24 de maio de 2011

Impressionante: “cinemagraphs”, as fotos que contêm movimentos

Vocês se lembram das fotos que se mexiam nos jornais e porta-retratos das histórias de Harry Potter?Pois bem, a fotógrafa novaiorquina Jamie Beck, com a ajuda do webdesigner Kevin Burg, desenvolveu uma técnica parecida que promete revolucionar revistas e jornais digitais.
Beck animou, sutilmente, pequenos elementos das fotos, em formato GIF, criando respeitadas obras de artes. Suas imagens sobre a Semana de Moda de Nova York são impressionantes. Lindas modelos com os cabelos ao vento, reflexos movendo-se nas janelas, um jornal sendo silenciosamente folheado.Por serem simples imagens GIF, elas são leves e carregam rapidamente, ao contrário dos vídeos. Batizadas de “Cinemagraphs”, as fotos em movimento tiradas por Beck são apenas uma mostra do que ainda pode ser feito a partir dessa nova técnica.
Texto de Domitila Becker
Confira:
















Fonte virtudesvirtuais.net

Cibelle - Green Grass

domingo, 22 de maio de 2011

Podemos Falar...


Podemos falar dos sentimentos, descrever
as impressões que nos ameaçam, e revelar o vazio
que se descobre na ausência um do outro: nada,
porém, é tão inquietante como a dúvida,
o não saber de ti, ouvir o desânimo na tua voz,
agora que a tarde começa a descer e, com ela,
todas as sombras da alma. É verdade que o amor não é
apenas um registo de memórias. É no presente
que temos de o encontrar: aí, onde a tua imagem
se tornou mais real do que tu própria,
mesmo que nada te substitua. Então, é
porque as palavras são supérfluas; mas como viver
sem elas? Como encontrar outra forma de te dizer
que o amor é esta coisa tão estranha, dar o que nunca
se poderá ter, e ter o que está condenado
a perder-se? A não ser que guardemos dentro de nós,
num canto de um e outro a que só nós chegamos,
sabendo que esse pouco que nos pertence é
tudo o que cabe neste sentimento.

Nuno Júdice