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sábado, 24 de outubro de 2009

IOIÔ - O velho brinquedo está de volta


O ioiô está de volta nos pátios dos colégios, na hora do recreio.
Ioiô é um dos brinquedos mais antigos que existe. É constituído de dois discos, geralmente de plástico, mas podendo ser também de madeira ou metal, unidos no centro por um eixo no qual prende-se uma corda. Deixando-se cair o ioiô, de certo modo ele sobe com o impulso, e a corda se enrola; deverá outra vez cair e subir, sucessivamente, até que termine o impulso inicial.

A história desse brinquedo é bem antiga e misteriosa. Não se sabe bem ao certo onde nasceu o ioiô, sendo cogitados como prováveis "berços" a Grécia, a China ou as Filipinas. Alguns ioiôs antigos foram encontrados na Grécia, datados de 2500 anos, utilizando blocos de barro ao invés dos discos. Nas Filipinas, os nativos utilizavam o ioiô como arma e instrumento de caça, sendo colocadas duas pedras no lugar dos discos e uma corda de até seis metros.

O ioiô, tal como conhecemos atualmente, surgiu nas Filipinas, onde é um brinquedo muito popular entre as crianças. A palavra "ioiô" vem do filipino, e quer dizer "volte aqui".


O ioio nasceu na Grécia a alameda russa






Fonte:Wikipédia

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

NÃO TEM O QUE FAZER?


Está aí sem fazer nada??? Não sabe o que fazer?? Lá vai uma ideia.

Como fazer:

1º- Mate umas moscas, mas com cuidado.
2º- Deixe ao sol por 1 hora até secar.
3º- Recolha as moscas, pegue lápis e papel... Deixe a imaginação fluir.

Segue abaixo alguns exemplos.







DOIS CAMINHOS


DOIS CAMINHOS...
.
Eu queria te dar minha emoção mais pura,
associar-te ao meu sonho e dividir contigo
migalha por migalha, o pouco de ventura
que pudesse colher no caminho onde sigo...
.
E esse estranho desejo em que se desfigura
a palavra de amor e pureza que eu digo,
- e queria te dar essa minha ternura
que às vezes, por trair-se ao teu olhar, maldigo...
.
Bem que eu quis te ofertar meu destino, meu sonho,
minha vida, e até mesmo esta efêmera glória
que desperdiço a cantar nos versos que componho...
.
Nada quiseste...E assim, os sonhos que viviam,
se ontem, puderam ser um começo de história,
hoje, são dois caminhos que se distanciam...

.
J. G. de Araujo Jorge

BEATLEMANIA








quinta-feira, 22 de outubro de 2009

JUAN LUIS GUERRA - "Borbujas de Amor"

OS IPÊS






Os Ipês

Quando o homem, que fora um bom, fechou os olhos

e a alma entregou a Deus, este, num gesto suave,

a recebeu sorrindo. Ele fora na terra

alguém que teve sempre aberta a mão

para o infeliz necessitado,

e, para o sofredor, aberto o coração...


Todo o ouro que tinha, ele, piedosamente,

ia dando de esmola... havia sempre

mãos ressequidas, mas famélicas, nervosas,

pedindo pão...

Foi assim que, ao morrer, tão pobre estava

que só tinha de seu, em frente à casa,

uns modestos ipês, que jamais floresceram,

minguados de folhagem,

enterrados no chão...



— Ele que foi um rico... imaginem... ao menos

que deixasse com que adquirir-se agora

uma mísera cova...

Ouro ele teve, e muito, o maganão!...

Mas, onde está seu ouro? Onde está seu ouro?...

Jogou-o fora, o vilão!"


Assim falavam todos — os parentes

e os amigos,

numa geral condenação...



Eis porém, que ao passar em frente às árvores tristonhas,

O desgraçado morto em seu desgraçado caixão,

num milagre de amor, os ipês começaram

a florir, a encher o céu de pétalas de ouro,

E de ouro, ouro divino, atapetou-se o chão!


Judas Isgorogota

O HERÓI


O Herói

"— Papai, o que é um herói?
Eu pergunto porque tenho grande vontade
De ser herói também ...

Será que posso ser herói sem entrar numa guerra?
Será que posso ser herói sem odiar os homens
E sem matar alguém?"

O homem que já sofrera as mais fundas angústias
E as mais feias misérias
Trabalhando a aridez de uma terra infecunda
Para que não faltasse o pão no pequenino lar;
O homem que as mais humildes ilusões perdera
No seu cotidiano e ingrato labutar;
Aquele homem, ao ouvir a pergunta do filho:
— "Papai, o que é um herói?"
Nada soube dizer, nada pôde explicar...

Tomou de uma peneira
E cantando saiu, outra vez, a semear!


Judas Isgorogota

SONHO


Sonho


Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade
Solto para onde estás, e fico de ti perto!
Como, depois do sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti, fica depois deserto!

Sonho... Minha alma voa. O ar gorjeia e soluça.
Noite... A amplidão se estende, iluminada e calma:
De cada estrela de ouro um anjo se debruça,
E abre o olhar espantado, ao ver passar minha alma.

Há por tudo a alegria e o rumor de um noivado.
Em torno a cada ninho anda bailando uma asa.
E, como sobre um leito um alvo cortinado,
Alva, a luz do luar cai sobre a tua casa.

Porém, subitamente, um relâmpago corta
Todo o espaço... O rumor de um salmo se levanta
E, sorrindo, serena, aparecer à porta,
Como numa moldura a imagem de uma Santa...


Olavo Bilac

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

É o fim da Odisséia Terrestre? EVA, com Rádio Táxi e arte de Freid Einaud







Tim Maia no azul da cor do mar e outras cores nos lápis dos artistas plásticos Herb Williams e Cristina Belucci








A CANOA FANTÁSTICA


A canoa fantástica

Pelas sombras temerosas
Onde vai esta canoa?
Vai tripulada ou perdida?
Vai ao certo ou vai à toa?
Semelha um tronco gigante
De palmeira, que s'escoa...
No dorso da correnteza,
Como bóia esta canoa!...
Mas não branqueja-lhe a vela!
N'água o remo não ressoa!
Serão fantasmas que descem
Na solitária canoa?
Que vulto é este sombrio
Gelado, imóvel, na proa?
Dir-se-ia o gênio das sombras
Do inferno sobre a canoa!...
Foi visão? Pobre criança!
À luz, que dos astros coa,
É teu, Maria, o cadáver,
Que desce nesta canoa?
Caída, pálida, branca!...
Não há quem dela se doa?!...
Vão-lhe os cabelos a rastos
Pela esteira da canoa!...
E as flores róseas dos golfos,
— Pobres flores da lagoa,
Enrolam-se em seus cabelos
E vão seguindo a canoa!...


Castro Alves

terça-feira, 20 de outubro de 2009

VISITA


Visita

No alto do morro há um cemitério humilde
onde o Poeta foi enterrado.
O túmulo do Poeta é um canteiro de corolas silvestres.
E na cruz de madeira igual às outras
o seu nome se apaga.

Ao lado do cemitério humilde
há uma igreja em silêncio.
O mato irrompe em torno, quente e aromal.
Pássaros cantando nítidos
tecem fios de prata entre as árvores.
E o céu brilha como um puro cristal.

Na descida do morro se apinham casebres.
A cidade lá embaixo nada percebe.
E as cousas são irremediáveis.

Pois amanhã os homens farão justiça:
e substituirão por mármores álgidos
e alegorias numerosas
isso que faz tão leve a terra
sobre o corpo do Poeta.


Henriqueta Lisboa

NA PRESSÃO


Na Pressão

Olho na pressão, tá fervendo
olho na panela
dinamite é o feijão cozinhando
dentro do molho dela
a bruxa acendeu o fogo
se cuida, rapaziada
tem mandinga de cabôco
mandando nessas parada
garrafada de serpente
despacho de cachoeira
quanto mais o fogo sobe
mais a panela cheira
olho na pressão, tá fervendo
olho na panela
dinamite é o feijão cozinhando
dentro do molho dela
a bruxa mexeu o caldo
se liga aí, ô galera
tá pingando na mistura
saliva da besta-fera
chacina no centro-oeste
e guerrilha na fronteira
emboscada na avenida
tiro e queda na ladeira
mas feitiço é bumerangue
perseguindo a feiticeira.

Lenine








segunda-feira, 19 de outubro de 2009

SE TUDO



Se tudo

Se tudo o que há é mentira.
É mentira tudo o que há.
De nada nada se tira,
A nada nada se dá.

Se tanto faz que eu suponha
Uma coisa ou não com fé,
Suponho-a se ela é risonha,
Se não é, suponho que é.

Que o grande jeito da vida
É pôr a vida com jeito.
Fana a rosa não colhida
Como a rosa posta ao peito.

Mais vale é o mais valer,
Que o resto urtigas o cobrem
E só se cumpra o dever
Para que as palavras sobrem.


Fernando Pessoa

POEMA EM TRÊS MOVIMENTOS


Poema em três movimentos

I

Nossos gestos eram simples e transcendentais.
Não dissemos nada
nada de mais...
Mas a tarde ficou transfigurada
- como se Deus houvesse mudado
imperceptivelmente
um invisível cenário.

II

Eu te amo tanto que
sou capaz de nos atirarmos os dois na cratera do Fuji-Yama!
Mas, aqui,
o amor é um barato romance pornô esquecido em cima da cama
depois que cada um partiu - sem saionara nem nada -
por uma porta diferente.

III

E em que mundo? Em que outro mundo vim parar,
que nada reconheço?
Agora, a tua voz nas minhas veias corre...
o teu olhar imensamente verde ilumina o meu quarto.


Mario Quintana

domingo, 18 de outubro de 2009

TRAGO UMA ROSA VERMELHA


Trago uma rosa vermelha
Aberta dentro do peito
Já não sei se é comigo
Se é contigo que eu me deito.
A minha rosa vermelha
Mais parece uma romã
Pois quando aberta de noite
Não se fecha de manhã
Trago uma rosa vermelha
Na minha boca encarnada
Quem me dera ser abelha
Na tua boca fechada
Trago uma rosa vermelha
Não preciso de mais nada.
Pus uma rosa vermelha
Na fogueira do teu rosto
Mereço ser condenada
Por crime de fogo posto.
Trago uma rosa vermelha
Que é minha condenação
Condenada a vida inteira
À fogueira da paixão
Trago uma rosa vermelha
Atrevida e perfumada
É uma rosa vaidosa
A minha rosa encarnada
Trago uma rosa vermelha
Não preciso de mais nada.

Amália Rodrigues

QUIÉREME MUCHO - Nana Mouskouri