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sábado, 10 de outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A ARTE COM PÃES E TORRADAS


A criatividade humana não tem limites. Ontem caí na rede procurando e consegui muito mais do que isso. Acabei me defrontando com verdadeiras obras de arte feitas com fatias de pão e torradas. Aqui eu só vou dar uma amostrinha.





Elvis feito com torradas. Obra de Lennie Payne

Mais parece uma pintura essa obra de arte feita com pães de forma



"Torradeira" mede cinco metros de largura e 4,5 metros de altura. Consumiu 2500 fatias de pão. Foi feita por Ingrid Falk e Gustavo Aguerre

NÃO QUERO DINHEIRO...






quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ESTE LADO PARA CIMA






RUÍNA


Ruína

Sem encontrar-se.
Viajante pelo seu próprio torso branco.
Assim ia o ar.

Logo se viu que a lua
era uma caveira de cavalo
e o ar uma maçã escura.

Detrás da janela,
com látegos e luzes se sentia
a luta da areia contra a água.

Eu vi chegarem as ervas
e lhes lancei um cordeiro que balia
sob seus dentezinhos e lancetas.

Voava dentro de uma gota
a casca de pluma e celulóide
da primeira pomba.

As nuvens, em manada,
ficaram adormecidas contemplando
o duelo das rochas contra a aurora.

Vêm as ervas, filho;
já soam suas espadas de saliva
pelo céu vazio.

Minha mão, amor. As ervas!
Pelos cristais partidos da morada
o sangue desatou suas cabeleiras.

Tu somente e eu ficamos;
prepara teu esqueleto para o ar.
Eu só e tu ficamos.

Prepara teu esqueleto;
é preciso ir buscar depressa, amor, depressa,
nosso perfil sem sonho.


Federico García Lorca

A DESTRUIÇÃO


A Destruição

Sem cessar, ao meu lado, o Demônio arde em vão;
Nada em torno de mim como um ar vaporoso;
Eu degluto-o e sinto-o, a queimar-me o pulmão,
Enchendo-o de um desejo eterno e criminoso.

Toma, ao saber o meu amor à fantasia,
A forma da mulher, que eu mais espere e ame,
E tendo sempre um ar de pura hipocrisia,
Acostuma-me a boca a haurir um filtro infame.

Longe do olhar de Deus ele conduz-me assim,
Quebrado de fadiga e numa ânsia sem fim,
Às planícies do tédio, infinitas, desertas,

E atira aos olhos meus, cheios de confusão,
Ascorosos rasgões e feridas abertas,
E os aparelhos a sangrar da Destruição

Charles Baudelaire

DEDICATÓRIA


Dedicatória

Vai-se a vida,
resta a canção.
Não foi uma canção perdida.
Ficaste no meu coração.

(...)

Queria só um sorriso.
Mas deram-me um beijo.
Perdi metade do juízo
e fui dar ao Paraíso.
São Pedro, vendo-me a cara,
dizia: "Mas que pequena!
Com uma estrela tão clara
numa boca tão morena!"

(Qual seria esse tesouro?
Seria o teu beijo?
Seria o sorriso?
Ou apenas o ouro
do meu dente siso?)


Cecília Meireles

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

LÁGRIMAS



Lágrima

Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto

Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo

Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer

Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar




Amália Rodrigues

SUPER MARIOS
















POEMAS E SAPATOS


Poemas e sapatos

Nada tenho de meu, nem os sapatos
que vão acompanhar este defunto.
Nem tampouco montanhas e regatos
que habitavam o verso, nem o indulto

pode valer-me, o soldo, mero extrato
de contas. Nada tenho, nem o intuito
consome esta vontade ou desacato.
Desapareça o nome, seu reduto

de carne e bronze, a fome incorporada
e mais desapareça onde fecundos
são dias e são deuses nesta amada.

Não foram nunca meus - sonhos e fatos.
Nada tenho. Poemas e sapatos
irão reconhecer-me noutro mundo.


Carlos Nejar

A MENINA SELVAGEM


A menina selvagem

A menina selvagem veio da aurora
acompanhada de pássaros,
estrelas-marinhas
e seixos.
Traz uma tinta de magnólia escorrida
nas faces.
Seus cabelos, molhados de orvalho e
tocados de musgo,
cascateiam brincando
com o vento.
A menina selvagem carrega punhados
de renda,
sacode soltas espumas.
Alimenta peixes ariscos e renitentes papagaios.
E há de relance, no seu riso,
gume de aço e polpa de amora.

Reis Magos, é tempo!
Oferecei bosques, várzeas e campos
à menina selvagem:
ela veio atrás das libélulas.


Henriqueta Lisboa

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ESTRANHA FORMA DE VIDA



Estranha forma de vida

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.



Amália Rodrigues

(01-07-1920 / 06-10-1999)

DEZ ANOS DE SAUDADES....Amália Rodriguês


AMÁLIA RODRIGUES
10 ANOS DE SAUDADE

Amália,
Traçaste com a tua voz
um destino portuguez,
um coração independente
que não pára, nem deixa de bater!
Pois eu sei, meu amor
que nunca chegaste a partir
e
que tudo em teu redor
te canta e te homenageia
Pranto de saudade e de fado
Mulher-Diva - puro enleio
nosso destino marcado.


LuizaCaetano

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Candle In The Wind - Elton John -

Nothing Compares

DESPERTA


"Desperta teus sentidos
para que não percas
tudo de belo e formoso
que te cercas.
Apaga a cinza de tua vida
e acenda as cores
que carrega dentro de ti."


Pablo Picasso

Declaração de Amor